Os indicadores de segurança do trabalho permitem avaliar a eficácia das medidas preventivas e detectar de forma precoce possíveis riscos. Assim, as empresas podem realizar a implementação de ações corretivas antes que acidentes ocorram.
Vale destacar que o Brasil é o 2º país do G20 em mortalidade por acidentes no trabalho, segundo estudo do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. No mundo, a cada 15 segundos um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença laboral.
Esses dados são alarmantes e abrangem todos os tipos de segmentos de mercado. Então, usar indicadores é fundamental para promover a proteção em todas as empresas e ambientes de trabalho.
Obviamente, quando falamos especificamente da área de offshore, os indicadores também são essenciais. Por meio deles, é possível identificar e mitigar riscos, garantir a integridade das instalações e a segurança dos trabalhadores em plataformas e navios.
Neste texto, iremos apontar os indicadores de segurança do trabalho e os que são aplicados à offshore. Além disso, vamos explicar como melhorar os índices da sua empresa. Continue a leitura!
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O que são indicadores de segurança do trabalho?
Indicadores de segurança são métricas quantitativas e qualitativas utilizadas para avaliar e monitorar o desempenho das práticas de segurança em um ambiente de trabalho.
Eles fornecem informações valiosas sobre:
- Eficácia das medidas de controle implementadas;
- Conformidade com as normas e regulamentos aplicáveis;
- Conscientização e o engajamento dos funcionários em relação à segurança.
Ao analisar esses indicadores regularmente, os especialistas em segurança do trabalho podem priorizar áreas de melhoria, assim como implementar ações corretivas e preventivas para promover um local de trabalho mais seguro e saudável.
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Quais são os indicadores de segurança?
Abaixo listamos alguns dos principais indicadores de segurança que podem ser utilizados e aplicados em qualquer tipo de empresa, principalmente em offshore.
- Total de acidentes relatados
Este indicador mede o número total de acidentes de trabalho, que foram oficialmente registrados e reportados pela empresa em um determinado período.
É importante para avaliar a frequência de acidentes e identificar áreas que precisam de melhorias na segurança. Quanto menor o número de acidentes relatados, melhor é o desempenho da empresa em termos de segurança ocupacional.
- Dias sem acidentes
O número de dias sem acidentes se refere ao número de dias consecutivos em que não tiveram ocorrências na empresa. Quanto maior o número de dias sem acidentes, é um indício que a organização caminha cada vez melhor em termos de proteção dos colaboradores.
Esse indicador ajuda a motivar os funcionários a seguir as práticas corretas de prevenção e a identificar períodos em que houve uma maior atenção à segurança.
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- Taxa de Gravidade
Mede a gravidade dos acidentes de trabalho ocorridos, levando em conta o número de dias perdidos devido a lesões e doenças relacionadas ao trabalho.
Para se ter uma ideia, entre 2012 a 2022, apuraram-se 461.424.375 dias de trabalho perdidos no Brasil, de acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
Na prática, esta taxa de gravidade é calculada dividindo o número total de dias perdidos por acidentes pelo número total de horas trabalhadas e multiplicando por um fator, geralmente 1 milhão. Quanto menor a taxa de gravidade, menos sérios são os acidentes que ocorrem na empresa.
- Taxa de Frequência
Mensura a frequência de acidentes de trabalho em relação ao número total de horas trabalhadas. É calculada dividindo o número total de acidentes pelo número total de horas trabalhadas e multiplicando por um fator, geralmente 1 milhão.
Quanto menor a taxa de frequência, menos acidentes ocorrem na empresa em relação ao número de horas trabalhadas.
- Total de “quase acidentes”
Um “quase acidente” é um incidente que poderia ter resultado em lesão, doença ou dano, mas não aconteceu devido a circunstâncias favoráveis ou intervenção.
Esse indicador mede o número total de “quase acidentes” relatados em um determinado período. Embora não tenham resultado em lesões, os “quase acidentes” fornecem informações valiosas sobre condições e práticas inseguras, que precisam ser abordadas para prevenir acidentes futuros.
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6. Nível de produtividade pós-acidente
Este indicador analisa o impacto dos acidentes de trabalho na produtividade da empresa. É calculado comparando a produtividade antes e depois de um acidente.
Uma queda significativa na produtividade após um acidente pode indicar a necessidade de melhorias na segurança e na gestão de acidentes para minimizar o impacto negativo na produção.
7. Porcentagem de doenças ocupacionais
Verifica a porcentagem de doenças relacionadas ao trabalho, em comparação com o total de casos de doenças na empresa.
Ela é calculada dividindo o número de doenças ocupacionais pelo número total de casos de doenças e multiplicando por 100. Quanto menor a porcentagem, fica claro que menos doenças relacionadas ao trabalho estão ocorrendo na empresa.
É bom lembrar que as doenças decorrentes das atividades offshore podem acontecer por causa de:
- Exposição aos agentes químicos;
- Perigos físicos;
- Riscos biológicos;
- Questões psicológicas como ansiedade;
- Tensão pré-embarque;
- Entre outros problemas emocionais.
8. Treinamentos de prevenção de acidentes de trabalho
Este indicador mensura o número de treinamentos realizados pela empresa para prevenir acidentes de trabalho. Inclui treinamentos sobre práticas seguras, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), identificação e controle de riscos, sinalização de segurança, entre outros.
Quanto mais treinamentos forem realizados, melhor será a conscientização e o preparo dos funcionários para trabalhar de forma segura e prevenir acidentes.
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9. Horas perdidas por doença
Este indicador mede o número total de horas de trabalho perdidas devido a doenças relacionadas ou não relacionadas ao trabalho. É um indicador importante para avaliar o impacto das doenças na produtividade e nos custos da empresa.
Quanto menor o número de horas perdidas por doença, melhor é o desempenho da empresa em manter uma força de trabalho saudável e produtiva.
10.EPIs distribuídos e utilizados
A quantidade de EPIs distribuídos e utilizados analisa o número de equipamentos de proteção individual (EPIs) entregues aos funcionários e a porcentagem efetivamente utilizada durante o trabalho.
Os EPIs, que envolvem calçados de segurança, vestimentas, óculos, proteção auditiva, capacetes etc., são essenciais para proteger os funcionários contra riscos e prevenir lesões. Quanto maior a distribuição e utilização de EPIs, melhor é o desempenho da empresa em fornecer e incentivar o uso de equipamentos de segurança.
Como funcionam os indicadores de segurança em processos offshore?
Anualmente e mensalmente, a ANP faz uma revisão de desempenho. A ideia é adquirir dados sobre as atividades do mercado de offshore e, posteriormente, transformá-los em KPIs (indicadores-chave de performance) que auxiliem nas tomadas de decisão.
Os indicadores de segurança fazem parte dessa análise e são registrados nos Relatórios Anuais de Segurança Operacional. Veja detalhes sobre os principais:
11. Índice de eventos de segurança de processo
Esses dados envolvem a chamada “perda de contenção” (TIER), e são classificados de acordo com quatro níveis de gravidade:
- TIER 1 — Perda de contenção com consequências maiores;
- TIER 2 — Perda de contenção com consequências menores;
- TIER 3 — Desafios aos Sistemas de Segurança;
- TIER 4 — Indicadores de Performance de Sistemas de Segurança e Disciplina Operacional.
Só são comunicáveis os incidentes incluídos nos TIER 1 e 2, sendo alguns deles:
- TIER 1 — perda de contenção primária maior de óleo, perda de contenção maior de gás inflamável, perda de contenção de H2S, explosão mecânica ou de atmosfera explosiva e incêndios maiores ou significantes;
- TIER 2 — perda de contenção primária significante de óleo e perda de contenção significante de gás inflamável.
O índice, então, é calculado como uma taxa chamada de PSER (Process Safety Event Rate). Trata-se do resultado da divisão entre o número de eventos e o de horas trabalhadas no período, multiplicado por um milhão.
12. Taxa de incidentes comunicáveis
Entre os indicadores de segurança da ANP, essa taxa é medida mensal e anualmente. Indica a quantidade de incidentes ocorridos por milhão de hora, classificados por gravidade relacionada à vida, ao meio ambiente ou ao patrimônio:
- Graves — com consequências maiores à vida, ao meio ambiente ou ao patrimônio;
- Moderados — apresentam consequências significantes. Entram aqui os quase acidentes com potencial elevado de tais consequências;
- Leves — acidentes de menor consequência ou quase acidentes com baixo/médio potencial.
13. Índice de acidentes com afastamento nas unidades offshore
Essa taxa corresponde à quantidade de acidentes com afastamento por milhão de horas trabalhadas. É conhecida mundialmente como LTI (Lost Time Injury).
O cálculo é feito por meio da divisão do número de acidentes que geraram afastamento pelo número de horas trabalhadas vezes um milhão, similar ao PSER.
Como melhorar os índices de segurança
Abaixo, listamos algumas ações que podem ajudar a reduzir os acidentes e a manter bons índices de segurança:
Conscientização e Participação dos Funcionários
A conscientização e participação dos funcionários são fundamentais para melhorar os índices de segurança do trabalho. Isso pode ser alcançado por meio da realização de treinamentos e workshops sobre segurança, identificação e gerenciamento de riscos, e a implementação de programas de prevenção de acidentes.
Além disso, a comunicação eficaz e a participação dos funcionários na gestão de segurança também são fundamentais para a melhoria dos índices. Isso pode ser alcançado com a criação de um comitê de segurança, que envolva funcionários de diferentes departamentos e níveis hierárquicos, e da realização de reuniões periódicas para discutir e abordar questões de segurança.
Identificação e Controle de Riscos
A identificação e o controle de riscos são essenciais para prevenir acidentes e melhorar os índices de segurança. A partir da realização de análises de riscos, é possível monitorar potenciais ameaças e oportunidades para melhoria.
Implementação de Práticas Seguras
Algumas práticas a serem adotadas são: criação de procedimentos de trabalho seguros, implementação de programas de prevenção de acidentes e treinamento dos colaboradores.
Além disso, é essencial monitorar e avaliar regularmente as ações realizadas, identificar as áreas que precisam de melhorias e implementar medidas corretivas.
Comunicação Eficaz
Uma comunicação eficaz também ajuda a aumentar os índices de segurança offhsore. A criação de um comitê de segurança, por exemplo, pode ajudar neste sentido, envolvendo funcionários de diferentes departamentos e níveis hierárquicos, e realizando reuniões periódicas para discutir e abordar questões de segurança.
Além disso, é necessário comunicar regularmente os funcionários sobre as melhorias e ações implementadas para melhorar a segurança do trabalho.
Mantenha os treinamentos e certificações em dia
Manter as certificações e treinamentos em dia é fundamental para assegurar altos índices de segurança no trabalho, pois garante que os funcionários estejam atualizados sobre as melhores práticas, normas e regulamentações de segurança.
Além disso, quando os funcionários estão devidamente capacitados e possuem as certificações offshore necessárias, eles se tornam mais conscientes dos riscos e estão melhor preparados para lidar com situações de emergência.
A Copastur pode ajudar sua empresa a manter esses cursos atualizados, além de cuidar de toda a logística de embarque e desembarque em empresas offshore com segurança.
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