A maioria dos viajantes corporativos, mesmo que ainda não tenha chegado no destino em questão, acaba usando o tempo livre para adiantar assuntos profissionais, fazer conference calls e redigir relatórios, principalmente em momentos de conexão. A espera no aeroporto para quem se prepara para uma viagem a negócios pode ser bem cansativa e pouco produtiva.
Com tantas opções de salas vips, por que não aproveitar o espaço, incluindo a utilização delas na política de viagens das empresas? São muitos os benefícios. Elas são muito mais confortáveis para o funcionário aproveitar o seu tempo; haveria economia em refeições, que costumam ser caras em aeroportos; há possibilidade de tomar banho e relaxar com massagens; usufruir de um local mais silencioso; usar uma conexão de internet melhor; ter privacidade para fazer ligações, entre outros. Mesmo assim, o uso, pelo menos no Brasil, ainda não é muito difundido.
Segundo o gerente regional estratégico de Viagens na Philips Latam, Fernão Loureiro, a utilização é bem viável e possível, mas a grande barreira vem por parte do travel manager. “O produto é muito bom, representa possibilidade de economia e melhoria da experiência do viajante. Porém, outras prioridades são colocadas na frente e a implementação desta regra acaba ficando de lado”, explica.
Nos Estados Unidos essa prática é muito mais popular e, para o gestor, ainda falta muito para a tendência acontecer na América Latina. “Temos problemas estruturais maiores e os travel managers acabam focando em outras questões. Por outro lado, estamos sendo cada vez mais desafiados a pensar na experiência do viajante. Esta solução pode não ser a mais imediata, mas é um incentivador para pensarmos mais ainda no conforto de quem se desloca”.
Apesar de serem bons para quem viaja a lazer, os programas de fidelização das companhias aéreas podem apresentar um conflito de interesses para quem vai a trabalho. Eles ajudam bastante, dando acesso a qualquer sala vip que estiver credenciado, mas podem incentivar o viajante a usar o espaço da mesma empresa e ela acabar sendo sua preferencial.
“A maioria das políticas quer que o funcionário escolha a menor tarifa. Se ele for fidelizado a algum programa, ele passará a sempre utilizá-la, mesmo que ela não tenha o preço mais baixo”. Loureiro conta que este tema vem sendo uma luta de todos os gestores nos últimos anos.
Uma ideia que o gestor tem em relação aos programas é que aéreas ofereçam uma alternativa para as corporações, uma espécie de parceria. “Elas poderiam criar um programa, independentemente de o viajante ter um cartão de fidelização ou não, com lotes de, por exemplo, 50 acessos”. Dessa forma, não só vice-presidentes ou diretores poderiam usar – o uso da sala é justificado pelo cargo –, mas também gerentes e coordenadores que, muitas vezes, possuem assuntos tão confidenciais quanto a serem tratados em ambientes privativos.
A proposta não é difícil de ser incluída na política, uma vez que a empresa receberia os relatórios de quem faz a gestão e um acompanhamento seria possível. “Não é complicada de ser gerenciada, mas, sim, de ser implementada. Requer tempo, pois as regras precisariam ser criadas e as pessoas a serem elegíveis teriam que ser escolhidas”.
Além disso, tudo precisa ser alinhado com o pessoal do RH, marketing e jurídico, esclarece Loureiro. “Todo o processo é simples, mas demora, já que as dúvidas dos colaboradores precisam ser sanadas, as informações divulgadas nos canais de comunicação e há uma série de detalhes a serem resolvidos”, finaliza.
Fonte: http://www.panrotas.com.br/viagens-corporativas/mercado/2017/05/o-uso-de-salas-vip-e-suas-vantagens-em-viagens-corporativas_146845.html